O Desenvolvimento da Ritalina: Como Surgiu e Para Que Foi Criada

A história da Ritalina.

Alan Rogers

8/30/20252 min read

A Ritalina é um dos medicamentos mais conhecidos no tratamento do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade), mas nem todo mundo sabe como ela foi desenvolvida e por que se tornou tão importante. Entender sua origem ajuda a desmistificar o uso desse remédio e mostrar como a ciência evoluiu para tratar condições relacionadas à atenção, foco e impulsividade.

Quando a Ritalina foi criada?

A Ritalina, cujo princípio ativo é o metilfenidato, foi sintetizada pela primeira vez em 1944 pelo químico Leandro Panizzon, que trabalhava para a empresa farmacêutica suíça Ciba (atual Novartis). Curiosamente, o nome "Ritalina" foi inspirado no apelido da esposa do químico, Rita, que utilizava o medicamento para melhorar o desempenho físico em partidas de tênis.

Naquele momento, a intenção inicial não era tratar TDAH (que ainda não era um diagnóstico amplamente reconhecido), mas sim buscar uma substância estimulante com menos efeitos colaterais do que as anfetaminas já existentes na época.

Primeiros estudos e usos

Nos anos 1950, o metilfenidato começou a ser utilizado para depressão, fadiga crônica e até em quadros de narcolepsia. No entanto, foi apenas a partir dos anos 1960 que médicos perceberam que a Ritalina poderia ajudar crianças com problemas de hiperatividade e dificuldades de concentração.

Estudos mostraram que, ao contrário do que muitos pensavam, o estimulante ajudava a acalmar e a melhorar o foco dessas crianças. A partir daí, o remédio ganhou espaço no tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção (TDAH), que só foi melhor definido na psiquiatria décadas depois.

Como funciona a Ritalina no cérebro

A Ritalina atua como um psicoestimulante do sistema nervoso central. Ela aumenta a disponibilidade de dopamina e noradrenalina em regiões específicas do cérebro, neurotransmissores ligados à atenção, motivação e controle de impulsos.

Isso não significa que a Ritalina "cria foco artificial", mas sim que ela corrige um desequilíbrio químico que muitas pessoas com TDAH apresentam. Por isso, seu uso deve ser sempre orientado por um médico, após diagnóstico correto.

Ritalina hoje

Atualmente, a Ritalina é um dos medicamentos mais prescritos no mundo para TDAH em crianças, adolescentes e adultos. Além disso, versões de liberação prolongada foram desenvolvidas, permitindo um efeito mais duradouro e adaptado à rotina dos pacientes.

Apesar de sua eficácia, a Ritalina também levanta debates sobre uso indevido em pessoas que não têm TDAH, buscando apenas aumentar a produtividade ou desempenho acadêmico. Por isso, a prescrição médica responsável é fundamental.

Conclusão

A história da Ritalina mostra como a ciência pode transformar uma descoberta em uma ferramenta essencial para melhorar a qualidade de vida de milhões de pessoas. De um experimento em laboratório na década de 40 até se tornar um dos principais medicamentos para o tratamento do TDAH, a Ritalina segue sendo um dos recursos mais importantes da psiquiatria moderna.