TDAH ou Excesso de Tela?

Entenda o mal dessa geração que preocupam os especialistas.

Alan Rogers

8/19/20252 min read

Muitas vezes, principalmente entre os jovens, surgem dificuldades nos estudos. Alguns dizem que simplesmente não conseguem focar: começam a ler e, de repente, já se perderam no texto, interrompem a leitura para fazer outra coisa e, no fim, quase nada é absorvido. Outros preferem afirmar que não gostam de estudar ou que não querem mesmo.

Mas e se o problema não for TDAH? E se, na verdade, estiver relacionado ao excesso de tela?

Hoje é muito comum que uma criança aprenda a mexer em um celular antes mesmo de falar ou andar. Isso faz com que o cérebro seja condicionado a entender aquele estímulo como algo prazeroso, pois a interação com jogos, vídeos e redes sociais libera grandes quantidades de dopamina e endorfina, neurotransmissores ligados à sensação de prazer e recompensa.

Quando essa criança cresce e precisa dividir o tempo entre as telas e os estudos, a comparação é inevitável: estudar parece muito menos interessante do que jogar ou rolar o feed das redes sociais. O cérebro, que se acostumou a receber estímulos rápidos e prazerosos, não encontra a mesma “recompensa” nos livros ou nas aulas. Resultado: dificuldade de foco, falta de paciência e sensação de que aprender é algo entediante.

Isso explica por que a maioria dos adolescentes consegue passar horas — até mesmo virar madrugadas — jogando League of Legends, CS, Valorant ou Fortnite, mas não consegue manter 30 minutos de estudo sem se dispersar. O cérebro simplesmente aprendeu que o jogo é prazeroso e exige atenção, enquanto o estudo não gera a mesma descarga de prazer imediato.

O caminho, portanto, não é eliminar totalmente as telas, mas buscar equilíbrio. Uma boa estratégia é reduzir, aos poucos, o tempo gasto em jogos e redes sociais e aumentar gradualmente o tempo dedicado aos estudos. Assim, o cérebro começa a se adaptar e a enxergar que outras atividades também podem ser recompensadoras.

Além disso, práticas como terapia, meditação e atividades físicas são grandes aliadas no aumento da concentração e no controle da ansiedade. Essas ferramentas ajudam a regular os níveis de atenção e a construir uma rotina mais saudável.

Mas é importante ter em mente: nenhuma mudança acontece da noite para o dia. Reeducar o cérebro é um processo que exige paciência, consistência e disciplina. Aos poucos, você perceberá que é possível ter tanto prazer no aprendizado quanto nas telas — basta treinar sua mente para isso.