Os Perigos Silenciosos que Quem Tem TDAH Enfrenta Todos os Dias

Alan Rogers

8/17/20252 min read

Viver com TDAH não é apenas lidar com distrações ocasionais — é navegar por um campo minado invisível, onde cada descuido pode ter consequências sérias. No trânsito, por exemplo, um momento de desatenção pode ser fatal. Basta um pensamento invadir a mente, um detalhe chamar mais atenção do que deveria, e a concentração na direção se perde. Não é falta de responsabilidade; é a luta constante para manter o foco em um mundo cheio de estímulos.

No trabalho, o perigo é mais sutil, mas igualmente desgastante. Porém aqui irei falar especificamente de quem trabalha em escritório ou serviços não braçais, como o meu, por exemplo. Esquecer um prazo, confundir informações ou procrastinar uma tarefa importante pode colocar em risco a confiança que colegas e líderes têm em você. Isso sem falar no desgaste emocional: a culpa por não “render” como os outros, a frustração por não conseguir explicar que não é preguiça — é o cérebro funcionando de um jeito diferente.

Até nas tarefas simples do dia a dia, como cozinhar, pagar contas ou até atravessar a rua, o TDAH pode ser traiçoeiro. Uma panela queimada porque a mente foi parar em outro pensamento. Uma conta esquecida que gera multa. Um sinal fechado que passou despercebido.

O perigo maior não é apenas o que acontece do lado de fora, mas o que acontece por dentro. É viver constantemente no limite entre o controle e o caos, sabendo que um pequeno deslize pode ter um grande impacto. É carregar o peso de um esforço mental que ninguém vê, mas que consome energia como se fosse uma maratona diária.

Quem tem TDAH não precisa só de compreensão (apesar de ser muito importante para nós) — precisa de ferramentas, estratégias e, muitas vezes, tratamento para reduzir esses riscos e viver com mais segurança e equilíbrio. Porque, no fim das contas, a vida não para pra esperar que a mente volte ao foco, ela apenas segue seu fluxo natural, e nós sendo parte dele, devemos andar em sincronia.